Foto de Sebastião Salgado
A poesia me da voz onde sou muda
sabedoria de quem não sabe, nem estuda
é ecos austrais, tempo idos, imemoriais
é mil segredos dos poetas imortais.
Ser poesia, como poesia é, a guiza de ser morta
serei poesia em cada linha da vida torta
nas ruínas tristes das minhas civilizações
nos ventos indecisos, monções das emoções.
Sou poesia para vencer o rio do medo
sou poesia por não saber ser mais nada
sou poesia para saber que morrer é cedo
para não querer a vida vã e acabada
sou poesia para não ser um engano ledo
ter vivido, sem nunca ter sido amada.
2 comentários:
Este soneto está soberbo !!!
muito me fez recordar a Florbela ...
Um beijo
....
Ana,
Não é demais repetir-me. Gostei!
Um abraço
Vítor Cintra
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