sexta-feira, 25 de março de 2011

Vida plena

Fotos Henrri Cartier Bresson


Que seria de mim sem a poesia?
lápide morta, mármore pedra fria?
seria eu uma mítica sereia 
tentada a morrer nua à areia?

Pois fora da poesia não sou nada
sou apenas uma mulher mal inventada
desejos de mãe, sonhos de pai, vida de filho,
cotidiano que se esvai, vida no trilho
sou trem sempre no rítmo monótono
sou o bêbado ébrio com  único copo
vício de vivier sem pricipício
sou princípio do que fui desde o início
menina bonita, sem desejo ou alma aflita
sou apenas prurido que não coça, nem irrita
Sou um mapa, não um tapa, ou ousadia
sou apenas uma máquina: anestesia
Ah, na poesia!
sou cor, sou tudo, sou suave veludo
sou fala de alguém que viveu mudo
sou valquiria cavalgando a mais valia
Ah... imaginário mundo maravilhoso e  surdo
onde grito com prazer minha agonia
preencho com palavras a vida vazia
com fonemas eu sou tudo que queria
sou música nas letras, profanas tetas
de lexo em meu louco nexo, sexo e alegria
na poesia, apenas na poesia...

Um comentário:

Daniele Dallavecchia disse...

Saudades de vocêeeeeee!!!! Lindo poema!!!!

beijosssssss