Mato um leão por dia
com a mais pura alegria
sou forte!
sou altiva, de belo porte
posso carregar o fardo
tenho a sabedoria do bardo
o desprendimento do monge
a astúcia da ave de rapina.
Porque então que me parece tão longe
a felicidade
sempre ali, dobrando a próxima esquina?
(será que me falta dopamina?)
quinta-feira, 9 de junho de 2011
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Navegar é preciso.
Não dobra o sino sem o toque de uma mão
tudo é ação
nada é sem propósito
não somos apenas depósito da vontade divina
somos a força de enfrentar a sina
de ser vivente
somos o navegador
dobrando o Bojador
além das tormentas
somos os cabos
içados por mãos atentas
de navegante sonhador
somos mar de imaginação
tocando a vida
como se a vida tivesse algum timão...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Engano
E me tornou propriedade
assim, com um estalar de dedos
me supriu medos
aprisionou ânsias e insônias
enquanto eu lavava a louça
cobriu com lençóis uma lousa
fria, deitei-me silenciosa
(e dizer que já fui fogosa)
agora cinzas desmaiadas
sob o sol de cada de trabalho.
Dizer que sonhei-nos orvalho
lágrimas de alegria
em pétalas ao raiar do dia.
Acordei apenas mulher,
frágil, desidratada e vazia...
Divagações filosóficas
Gosto de saber coisas novas
difíceis
deslizar por superfícies
ondulantes de meu cérebro cinzento
gosto de girar pelas
circunvoluções
como se fosse vento
relâmpago acendendo tempestades
de verdades incongruentes
conhecer os artífices do pensar
teorizar revoluções
pelas nesgas de ar
que flutuam na imensidão
dos pensamentos da época
mudar o mundo a cada década
imaginar que a vida é um nó
no infinito
ou quem sabe uma zephiró
que quebrou em um grito
de algum rito
estranho
que somos apenas um erro
extravasamento de algum
experimento supra-humano
uma super colônia de alguma bactéria exigente
em uma placa de Petry com a etiqueta: gente.
Solidão tão minha
Foto Henry Cartier Bresson
Me busca no espaço este vazio do corpo
solidão tão minha
esta de sentir-me apenas luz
pairando sobre os leitos de carne
despida de obrigação,
de direitos de criação
coberta de penas e castigos
tecidos umbigos de genes
incongruentes, parentes
parênteses entre o ser e o não existir
além da expectativa humana
tão vil, vulgar, material e insana.
herança?
Apenas a triste esperança da liberdade
no requiém solitário.
Solidão tão minha...
placentária, planetária
alma além da idade
burra velha, carregando
nas costas o peso da sociedade.
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