Foto Martin Chambi
E me sorri a morte
invencível
seus dentes devoram a luz
incoercível
louça partida
antônimo da vida
sobra o corpo
ator sem movimento
apenas inerte lembrança
caminhando ao esquecimento.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
universo pessoal
Foto: Ansel Adams
Queimam-me as pálpebras
lembranças incandescentes
estrelas cadentes
de meu céu de memórias
rotas de histórias
constelações infinitas
buracos negros de desditas
devorando cada não-ação
super novas em revolução
luzes de um futuro
no firmamento escuro
pensamentos satélites
girando em translação.
sol de ilusão
lua refletindo em solidão
sobram-me as luzes
e as trajetórias inerciais
de tantos inícios
e finais fatais...
Queimam-me as pálpebras
lembranças incandescentes
estrelas cadentes
de meu céu de memórias
rotas de histórias
constelações infinitas
buracos negros de desditas
devorando cada não-ação
super novas em revolução
luzes de um futuro
no firmamento escuro
pensamentos satélites
girando em translação.
sol de ilusão
lua refletindo em solidão
sobram-me as luzes
e as trajetórias inerciais
de tantos inícios
e finais fatais...
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Fugaz
Foto Henri Cartier Bresson
Sangram-me os poros
Sangram-me os poros
este suor de luta
e a inconsciência
absorve o cansaço
da labuta
sangra-me o mundo
gira, eu parada
apatia da vida
a vida é nada
estalar de um gatilho
sai do trilho
sangra o mundo
a dor é real
metal matando
a vida imaginada.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
O que sobra?
Foto: Matisse fotografado por Cartier Bresson
O que sobra depois que se vai
a força dos cinzéis?
A obra?
Ou as críticas brandas
e os elogios cruéis?
O que sobra?
Quando não mais interessam
o nome dos coronéis
quando proeminente
é a solidão da flor
o que sobra?
O amor?
A beleza?
Depois que pele dobra
e a coluna curva
e estão todas as cartas à mesa?
sobra por acaso algum ocaso
além da noite escura?
(única certeza)
sobra a embriaguez da vida por inteiro
cheiro de chuva na terra de fevereiro.
Afinal,
O que é vinho
senão o tempo
matando a uva,
esplendor de seu gosto derradeiro.
O que sobra depois que se vai
a força dos cinzéis?
A obra?
Ou as críticas brandas
e os elogios cruéis?
O que sobra?
Quando não mais interessam
o nome dos coronéis
quando proeminente
é a solidão da flor
o que sobra?
O amor?
A beleza?
Depois que pele dobra
e a coluna curva
e estão todas as cartas à mesa?
sobra por acaso algum ocaso
além da noite escura?
(única certeza)
sobra a embriaguez da vida por inteiro
cheiro de chuva na terra de fevereiro.
Afinal,
O que é vinho
senão o tempo
matando a uva,
esplendor de seu gosto derradeiro.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Vida fácil
Foto Henri Cartier Bresson
Tão fácil ser confiante dentro do útero da mãe terra. Feto plácido na certeza da nutrição. Não há esforço além da certeza do amor alheio. Não há necessidade de preocupação, apenas prazer e diversão. Brincar de vida, correr pelos dias sem a preocupação do agasalho, alimentar-se na medida da fome, beber na medida da sede, nada falta. Homeostase da gênese, irresponsabilidade orgânica, apenas nutrir-se do mundo, ser planta selvagem em floresta luxuriante tropical, prazer da chuva, apenas criar raízes que o tempo trás em bandeja de ouro o sustento.
Tão bom não preocupar-se e ter apenas o corpo como obrigação e o universo como alento.
Tão fácil o despertar pois o adormecer é apenas um suspiro, amanhã? Deus dará!
Libertação
Já não me aprisiono mais entre quatro paredes, como poderia? Apenas estrelas brilhando em um infinito negro, agora meu corpo. Já não me alcança mais o tato e mais nenhum ato me desafia, toda a multidão contida em um jorro de espermas não mais me alcança, sou ave. O céu é corpo e no olhar o brilho da lua que reflete um sol distante, não mais sou satélite, sou solidão das órbitas intocáveis que habitam meus dias. Apenas vislumbro a inércia dos astros nutrindo-se do caminho que naturalmente os impulsiona (é bom ser astro) sem o esforço de uma formiga trabalhadora. Para que ser formiga? Prefiro a imensidão do espaço que a macicez do galho de uma acácia para nutrir-me, o vento é apenas uma circunstância inexistente no vácuo, não mais fator determinante, eu determino, pois sou eu agora astro viajando em um sonho de algum menino.
infinito finito em um olhar
Foto Henri Cartier Bresson
E se derramaram os olhos
um só oceano
infinito
todo o mundo em um só olhar
e o mar
que sussurrava
súplicas de uma estreiteza proibida
o ar
perfazendo os giros dos dias
que seriam eternos
ternos, infinitos
e tudo foi tão amplo
e tão fugaz
e se derramaram os olhos
até a visão acabar.
E se derramaram os olhos
um só oceano
infinito
todo o mundo em um só olhar
e o mar
que sussurrava
súplicas de uma estreiteza proibida
o ar
perfazendo os giros dos dias
que seriam eternos
ternos, infinitos
e tudo foi tão amplo
e tão fugaz
e se derramaram os olhos
até a visão acabar.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
EU NÃO SABIA
Foto Henri Cartier Bresson
Eu que pensava ser corrente, mas era apenas uma pétala de flor destinada ao solo para adubar semente.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Tanto faz
Foto Ansel Adams
No meu peito uma floresta de aço, sem ação, estático estalido metálico pulsa o pulso da vida, sem razão.
E, todas as manhas queria beber vinho, mas é o diesel que me lubrifica as veias. Invejo as sereias e seus lindos rabos propulsores, as sereias não precisam de motores (nem de vagina) por isso mitológicas mesmo que trájicas e ilójicas por preferirem os homens aos tubarões. Na verdade prefiro tufões, este que arrasam mundos e desrrespeitam todos os relevos. Porém, tanto faz...
No meu peito uma floresta de aço, sem ação, estático estalido metálico pulsa o pulso da vida, sem razão.
No meu peito uma floresta de aço, sem ação, estático estalido metálico pulsa o pulso da vida, sem razão.
E, todas as manhas queria beber vinho, mas é o diesel que me lubrifica as veias. Invejo as sereias e seus lindos rabos propulsores, as sereias não precisam de motores (nem de vagina) por isso mitológicas mesmo que trájicas e ilójicas por preferirem os homens aos tubarões. Na verdade prefiro tufões, este que arrasam mundos e desrrespeitam todos os relevos. Porém, tanto faz...
No meu peito uma floresta de aço, sem ação, estático estalido metálico pulsa o pulso da vida, sem razão.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
liberdade possível
Foto Ansel Adams
Limites, muros, bordas?
Limites, muros, bordas?
cordas de verbos
atam servos à materialidade
estar limitado:
apanágio da realidade!
liberdade?
serva da vontade.
alforria?
apenas uma ação:
imaginação.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Descoberta
Foto: Ansel Adams
vasculhei frestas
cuspi arestas
respirei gases
rasguei ases
bebi azias
me equilibrei
entre o que quero
e o que querias
resisti bravamente!
apenas para descobrir
que sou soberana
neste reino
Verdade
Foto Henri Cartier Bresson
Pouco importa!
Quem bate à porta
ou quem entorta a reta
pouco importa
a face morta
na roupa e na hora certa
não me importa
o sorriso vil
no aconchego hostil
do úmido covil
ver e ser visto
deserto que desisto
pouco importa
se a vagina é nobre
ou se a rima é pobre
Importa?
O aplauso automático
do espectador estático
expectando extático
parado,
no êxtase comprado
pago e importado
vendido com letreiros:
QUALIDADE!!!?
Propagado por
megafones conjugais
que vendem verdades,
oportunamente casuais.
Apenas me importa
o mundo para dentro de minha porta
meu grande achado:
o amor que dorme ao meu lado.
Assinar:
Postagens (Atom)