domingo, 10 de fevereiro de 2013

O letrado

Dormira abraçado ao diploma. Enfim o conseguira! Sentia-se Nero em Roma, poderoso e incendiário. O rei, tocando fogo no cenário. Após anos e anos conspurcando papéis, mimetizando coronéis, desvalendo cordéis, (falsificando joias, forjando anéis, também é verdade). Anos a fio cuspindo máximas sobre qualidade com pompa e circunstância, porém nunca havia chegado àquela instância, a uni-versidade. Era a suprema conquista: o diploma de farsista, conquistado com louvor. Se antes era a incontestável auto promulgação, hoje tinha o atestado na mão junto com meia dúzia de palavras escarradas de forma desconexa em nota explicativa anexa atestando a autenticidade do conhecimento, enquadrado junto com a liminar que autoriza seus coices de jumento, para esfregar na cara da coletividade. Pena que na verdade era apenas um papel e ele? Um zangão querendo a todo custo produzir mel...

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