sexta-feira, 1 de abril de 2011

Meus olhos já viram demais

Meu olhos já viram demais
olhos que se abrem para o infinito
primeira luz
olhos para o nunca mais
olhos do adeus finito
matéria que se torna etérea
brilho que não mais reluz
Meus olhos já viram demais
violência que ultrapassa a ciência
luta que não mais seduz
Meus olhos já viram demais
atropelados momentos
sufocados sentimentos
a vida é além e aquém, demais
a morte apenas uma cruz
um momento na encruzilhada
uma parada isolada 
eu e meus olhos
perdidos ao cais
por já terem visto demais
e demais ser o que a vida me traduz.

Um comentário:

Elenir disse...

Ana!
Por mais que esses olhos tenham visto, ainda se surpreendem com novas visões e se deslumbra com poesias como a sua!
Beijos