quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Verdade


                                                        Foto Henri Cartier Bresson

Pouco importa!
Quem bate à porta
ou quem entorta a reta
pouco  importa
a face morta
na roupa e na hora certa
não me importa
o sorriso vil
no aconchego hostil
do úmido covil
ver e ser visto
deserto que desisto
pouco importa
se a vagina é nobre
ou se a rima é pobre
Importa?
O aplauso automático
do espectador estático
expectando extático
parado,
no êxtase comprado
pago e importado
vendido com letreiros:
QUALIDADE!!!?
Propagado por
megafones conjugais
que vendem verdades,
oportunamente casuais.
Apenas me importa
o mundo para dentro de minha porta
meu grande achado:
o amor que dorme ao meu lado.

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